Palha de Buriti, uma aventura

O buriti é uma das maiores palmeiras do Brasil, chegando a medir trinta e cinco metros de altura! Para os índios ela é a mbiriti, ou seja a “árvore que emite líquido” em tupi guarani. É encontrada em terrenos pantanosos da Amazônia até São Paulo. Já os naturalistas estrangeiros a incluíram no grupo das árvores da vida, pois ela atende grande parte das necessidades humanas. Do Buriti tudo se aproveita! As folhas cobrem casas, as espigas produzem o vinho do Buriti, da medula do tronco se extrai uma fécula semelhante ao sagu, seu broto dá palmito, seus frutos são doces, carnudos e oleosos, as amêndoas possuem um óleo finíssimo comestível e com alto valor medicinal assim como suas raízes. Já a palha vem das folhas. Das novas vem a "seda do buriti", um fibra fina e muito delicada; das folhas velhas são extraídas as tiras que se transformam em cestas, tapetes, bolsas e tudo mais que a imaginação mandar.

Eu extraí meu pedaço de Buriti, já devidamente trançado, de uma loja do SAARA. Em uma lojinha de palhas e MDF, vi pequenas bolsinhas forradas de palha de buriti. Eram todas durinhas como se fossem caixinhas. As idéias começaram a borbulhar e eu saí de lá com uma folha trançada da tal palha simpática. Nunca me arrisquei no campo da cartonagem, técnica utilizada para fazer as bolsinhas que vi na loja. A minha ideia era usar a palha como detalhe para os modelos de bolsa que já fiz anteriormente, todas em tecido e costuradas. 

A briga foi boa! A palha, apesar de resistente, é delicada e a trama desfia facilmente. É preciso rapidez e calma para costurá-la, além dos ajustes da máquina para se adaptar ao novo material. Enfim, depois de muitas horas (muitas mesmo!) de testes, costuras, desfia, corta, recorta, alinhava, desfaz e costura outra vez o resultado foi positivo. Fiz os dois modelos que mais gosto e, pelo menos aqui em casa já é sucesso. Minha mãe já está na fila aguardando pela dela;-)

E para quem gostou também, está disponível na lojinha.